Janeiro 23, 2021

Documentos em Aquarela – Como o mundo era antes da fotografia

Por Michelly

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Tiro bruto em Windsor Great Park. século 19

Antes que houvesse câmeras, as pessoas documentavam como o mundo e seus habitantes eram por meio de pinturas. O óleo sobre tela foi o meio escolhido por causa de suas cores vivas e da durabilidade do próprio meio. Porém, a partir do século 18, muitos artistas europeus – profissionais e amadores – começaram a preferir aquarelas, especialmente aqueles que gostavam de pintar ao ar livre.

Os materiais necessários para pintar em aquarela podem ser facilmente transportados em uma mala de transporte compacta. Além disso, os pigmentos de aquarela são tão finos e transparentes que permitem que a luz seja refletida da superfície de suporte, produzindo um brilho que os artistas podem utilizar para capturar os efeitos da luz e do clima de uma forma que as tintas a óleo não conseguem. O porém é sua durabilidade é baixa.

Geleira entre altas montanhas cobertas por nuvens e um pastor com cabras. Por volta de 1825-35

Aquarelas são documentos frágeis, elas desbotam com o tempo se expostas à luz do dia e são vulneráveis a mudanças de temperatura e umidade. Por esse motivo, muitas vezes são mantidos ocultos, armazenados com segurança em álbuns ou caixas de arquivo. Mas, como resultado disso, elas não recebem a atenção do público e podem cair facilmente na obscuridade, sendo muitas vezes esquecidas e desvalorizadas, ou até perdidas ou destruídas. Com o intuito de resgatar estes registros, o projeto Watercolour World digitaliza estas obras para manter estes registros históricos.

Allahabad, da margem direita do Jumna, Índia. 1865

Existem muito mais aquarelas no mundo do que pinturas a óleo, e muitas delas foram feitas por artistas amadores em vez de profissionais. Em muitos casos, as aquarelas foram feitas para o interesse pessoal do artista ou como uma forma de compartilhar suas experiências de viagem com um pequeno grupo de familiares e amigos. Por exemplo, um oficial do exército fazendo um conjunto de fotos retratando os lugares exóticos em que estava estacionado. Esses esboços foram então transmitidos à família. Como essas são observações em primeira a mão dos lugares que o artista visitou e das pessoas que encontrou, elas agora formam um valioso registro histórico.

Moendo cana-de-açúcar em um moinho de vento, Antigua. 1823.

O projeto já conta com cerca de 80.000 imagens, muitas das quais foram digitalizadas pela primeira vez pelo The Watercolor World. “O projeto fornecerá aos cientistas e ambientalistas um relato visual preciso de grande parte do mundo natural como costumava ser. E para conservacionistas e historiadores, fornecerá evidências para conservar e reconstruir estruturas, para encontrar lugares perdidos e ver as raízes do progresso humano ”. – Fred Hohler ( ex-diplomata britânico que fundou a Public Catalog Foundatio)

Vista na estrada de Serampore, Calcutá, Índia. 1848.

Eles também contam com a ajuda da comunidade para ajudar a encontrar os lugares dos registros, pois nem todas imagens foram achadas as localizações. Então os interessados são incentivados em caso reconheçam a imagem que deixe nos comentários do site onde é. Com certeza este além de ser um belo trabalho é realmente algo muito importante para preservação destes relatos.